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segunda-feira, 29 de julho de 2013

A alcoólatra que voltou à sociedade dos poetas mortos

  Olá para você que nunca mais me viu escrevendo aqui.
  Olá para você que nunca me viu escrevendo aqui.

  Dia desses, foi o dia do escritor. Sidney Sheldon, de algum lugar, ficou mais feliz com este dia. E vi algumas pessoas felicitando o dia do escritor e tal, até que vi o nada curto texto sobre o dia do escritor que uma amiga minha, a Su, postou na linha do tempo dela. [Para ver o texto, clique aqui] E aquelas palavras sobre como é ser escritor e suas implicações que resolvi voltar a escrever aqui, onde tudo começou.
  Para ser bem sincera, eu era daquelas crianças que se desenvolveu com a internet e fuxicava bastante em sites. Se me perguntasse a anos atrás em sites jogar, eu saberia dar uma lista de sites que fui aprendendo a descobrir com a vida (e com o Google). Então, um dia vi que existiam blogs. Achava demais uma pessoas ter seu próprio espaço na internet para escrever o que der na telha. Durante anos, criei contas em blogs e botei os nomes mais malucos. Porém na hora de escrever, via que não era tão simples.
   Eu era uma criança, uma pré-adolescentezinha metida a ler livros do Sidney Sheldon e Enciclópdias Barsa da mini-biblioteca que tinha em casa. Gostava de escrever histórias. Gostava tanto que passava horas no computador brincando de escrever no Word. Inventava histórias da minha cabeça, botava clip-arts, títulos pomposos de Word Art e bordas de sorvete ou raios em volta das páginas que escrevia. É, moçadinha, essa era eu quando criança. Eu era uma criança exótica, na maior parte do tempo brincava sozinha e desenhava (outro dia, conto aqui como eu era quando mais nova).
    Enfim, passava o tempo e não achava nada pertinente para escrever de fato em um blog. Eu via que as pessoas escrevam coisas interessantes e colocavam uns vídeos maneiros. Mas eu não tinha achado o meu rumo. Até que lá por 2010, eu finalmente resolvi o que tinha pra escrever. Acho que em algum momento da minha vida, que não lembro qual seria, descobri que gostava de crônicas. Conheci a tal de Martha Medeiros (cês sabem quem é, né?). Quando fui criar um nome para o blog, pensei " minha mão tá coçando pra escrever" e o nome ficou Quando a mão coça. Para mim, fazia todo sentido. Para qualquer pessoa do lado de fora, era um nome estranho, desconexo (adoro essa palavra) e que precisava de uma explicação. Teve algumas pessoas dizendo que era criativo.
      E escrevi intensamente entre 2010 e 2012. Me sentia motivada a escrever sobre a vida, as minhas considerações, minhas ironias e brincadeiras toscas com frases, os poucos vídeos que postei, filosofias inúteis. Bem, e cá estou eu. Voltando depois de quase 11 meses sem escrever de fato.
      "Bem, sua nega sem-vergonha. Por que parou de escrever?", diria alguém sobre isso (alguém interessado, de preferência). Eu parei em parte por meu vício quase crônico em redes sociais, preguiça e porque talvez estivesse curtindo muito a vida. Aí está algo que me arrependo muito. E fui vendo que mais pessoas escreviam ao meu redor, e fui sentindo cada vez mais saudade de escrever sobre algum assunto. Várias vezes, eu pensava em coisas pertinentes a serem evidenciadas pelo meu palavreado peculiar (leia-se totalmente informal). Algumas vezes, tentei escrever textos. Mas de novo voltei a ser a mesma criança que escrevia histórias sem nunca terminá-las. A mesma criança que virou a jovem que não tomou vergonha na cara ao abandonar sem mais nem menos seu habitat quase natural: o campo texto. A mesma jovem que se afundava mais e mais em uma vidinha lixo de saber mais e mais sobre a vida das pessoas.
        Sou como um alcólatra (ou alcoólatra? Ou seria alcohólatra ?) que tenta voltar à sua vida normal, virar pessoas séria e ser feliz. Só que a reunião de alcoólicos anônimos consiste em eu, mim, euzinha, eu de novo, mim mesma, eu outra vez e a Jaqueline. E agora eu e toda essa cambada aí da reunião nos curamos. Volto ao que me faz ser mais eu do que nunca. E peço desculpas ao leitor, à minha amiga Clara que sempre me incentivou de escrever, à minha família, a você que nunca leu meus textos, ao tio da esquina, ao mundo, aos escritores, ... À TODA ESSA GENTE PIMPOSA E BONITA DE SE VER, peço desculpas por parar de escrever.
         Então leitor, estou de volta. Desconhecido, voltei depois de um recesso a escrever. Pessoas, sei que agora todo mundo é metido a escrever e tem muita gente boa nisso. Mas eu tô de volta. E assim a vida segue.

Um comentário:

  1. Que pena que tu parou de escrever, sempre curto as confusões que saem dessa mente tão criativa. Me lembro quando tu era uma menininha de 04 anos que gostava de contar estórias através dos desenhos que fazia. Eram muitas, que me fazia perder horas folhando as páginas dos meus manuais do trabalho em formato A3 que tu desenhava e escrevia no verso. Esse mundo que era só teu, onde teus heróis tinham a aparência de pessoas da tua família, com um traço tão familiar, que nos fazia nos reconhecer. Escrevendo a gente percebe que tu se identifica e és tu mesma como em nenhum outro lugar.. Continua a escrever pois eu como teu pai curto muito tudo isso.

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