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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Great times are coming (or not)

 * Tradução literal do título: "Tempos melhores estão vindo (ou não)"

  Não sei se vocês sabe, caro leitor, mas eu farei 17 anos no dia 12 de abril (guardem esta data) e já estou no terceiro ano do ensino médio. Estou no fim do segundo grau. Sendo assim, estou no último ano da escola.
  O problema é que depois disso, tem a vida adulta provavelmente. Trabalho, faculdade, responsabilidades,... Isso sem contar que você já não tem mais a escola como o mais forte ligação entre você e seus amigos de colégio. O último ano vai servir para afirmar os laços de amizades entre vocês. E pra (re)conhecer alguma pessoa que não tinha contato antes. Bem, a maioria dos meus amigos conheci na escola. Meus dois melhores amigos eu conheço desde a sexta série, o que dá um total de 5 anos. Cara, 5 anos. 365x5. Acho bastante tempo. Minhas melhores amigas vieram depois. E mais além, já no ensino médio, conheci os grandes amigos e boas companhias que gostaria de levar pra vida inteira. Pra quem sabe jogar conversa fora num boteco ou comer um salchipão. Eu aprendi a conviver com as pessoas, me reafirmei como uma pessoa sociável, dei a cara à tapa. Não achava que conseguiria juntar uma galera pro meu aniversário um dia.
   O último ano te faz pensar na vida adulta. Ou seja, em tomar algum rumo na tua vida. Conquistar a tão sonhada independência com responsabilidades de presente. Sabe, me imagino na vida adulta como uma moradora boêmia do Bom Fim e arredores, sendo reconhecido pelo meu trabalho (que espero ser algo com design, música, escrita, cultura e criatividade) e/ou por abrir o pub que ainda quero ter nesta cidade linda que é Porto Alegre, tomar um café da tarde na minha mãe fazer noites com os meus amigos. Até lá, vou lutar como nunca pela minha independência. Neste ano, ainda não vou começar a trabalhar, mas vou fazer curso web design pra me ambientar na área que eu quero e farei uma oficina de iniciação em cinema na Casa de Cultura Mário Quintana. A oficina eu faço por gostar de cinema e todas essas coisas que envolvem  filmagens e jeitos diferentes de contar uma história. Acho fascinante esse mundo das imagens, fotos e cenas. Sou daquelas que paro apenas pra ver uma propaganda bem feita.
   O último ano te faz pensar em toda aquela metodologia de ensino pela qual você passou. Nos primeiros anos, divertido. Do meio pro final, você descobriu que não era tão moleza. Daí, ou você estuda afu, estuda um pouco e dá uma de malandro ou leva só na pura malandragem. Este último é feito por muitos colegas meus.
   Aí então, você percebe que graças ao dinheiro dos seus pais, a escola te dá em troca conhecimento. O que é muito bom. E sendo assim, fazemos do conhecimento que recebemos o que bem entender. Cada um aplica do jeito que lhe for mais aprazível. Tem gente que se mata estudando semanas antes de uma prova. Outros estudam um ou dois dias antes. E podem ainda se dar bem. Vejo um colega dito CDF  como um exemplo a ser seguido, mas quem disse que quero seguir este exemplo? Eu quero criar meu próprio exemplo de estudo, desde que eu saiba o que eu estou fazendo. E não adianta os pais nesta hora, cada tem o seu jeito de estudar. Eu estudo mais à noite e acho que já deu pra minha mãe perceber isso. Eu acho o melhor horário pra mim. Às vezes me disponho a estudar de tarde, mas eu funciono melhor no período vespertino.
     O último ano te faz pensar que a sociedade faz muita pressão nos jovens. Vá bem no colégio, faça vestibular, faculdade, quem sabe um mestrada aqui e um doutorado ali e voilá ! Você passa um bom tempo da sua vida trancafiado em uma sala de aula. E se eu não quiser ser a melhor da classe, não fazer vestibular e não querer seguir uma carreira acadêmica. E se eu quiser fazer vestibular pra fazer a faculdade da vida ?
     Pais e mães que gastam seu dinheiro, suor e alma pra pagar escola particular pros filhos, mas a escola não é a coisa mais importante na vida de um adolescente (aí depende do adolescente). Na adolescência, o mais importante é se descobrir, descobrir o mundo, as pessoas,... Ser aceito por quem você é, definir o que você é. E vocês tem que entender isso porque já passaram por isso.
    Por fim, o último ano te faz pensar em um ciclo que se fecha em sua vida para apenas começar outro. Com a certeza de que você não é o futuro da nação nem o próximo heroi de guerra, mas sim de uma geração inquieta e ao mesmo tempo serena, que tem tanto a expressar e pouco a dizer. Tenha certeza de que você faz parte dos últimos que usaram livros e cadernos para te auxiliar nesse caminho do saber. Tenha certeza de que você fez-se ouvir e ser ouvido, de que vai deixar sua marca neste mundo e que outros iguais a você virão.
     Então, caro amigo, tempos melhores estão vindo, chegarão pra despertar em você a vida. Ou então, você vai olhar tudo que deixou pra trás, apenas sorrir e constatar que aqueles (também) foram os melhores anos de sua vida.
     E penso seriamente em ser oradora da turma na formatura.

Um período sabático selvagem

 Eis-me aqui para escrever mais um post.

                                                                  [...]

  Desde o começo do mês de fevereiro, minha residência agora se é em Tramandaí, vulgo a capital das praias. Como já contei neste blog há um ano atrás, eu passo a maioria dos meus verões nesta humilde porém próspera cidade. Sempre alocada num camping onde tenho muitos amigos e conhecidos desde muito tempo, de modo que a solidariedade reina.
   Bem, pra resumo de conversa, minha família foi pra Porto Alegre, assim me deixando sob os cuidados do meu vô e dos vizinhos de barraca. Mas a princípio, estava sozinha. Tinha ganhado uma barraca de presente de natal da minha mãe e agora estava usando-a para passar meus dias no camping. No tempo que eu fiquei, não tinha aquela galera que sempre tem. E isso me deixava mais quieta no meu canto. Aconteceu de eu passar a maior parte do tempo na barraca vegetando, pensando na vida. Pude refletir muito sobre quem eu sou ou quem eu quero ser em um futuro muito próximo.
   Sabe, no dia 29 de dezembro do ano passado, finalmente realizei um feito que há muito queria fazer: cortar o cabelo. Eu queria cortar faz tempo, porque meu cabelo ficou todo errado devido a muitos processos químicos que eu fiz. Liso na maioria e crespo no couro cabeludo. Então, chegou o dia. Cortei meu cabelo, assumi meus cabelos crespos e tipo ficou um black power médiozinho. Sabe a Sheron Menezes, a atriz ? Cortei o mesmo estilo de cabelo. Só faltou fazer luzes pra dizer que era imitação.
    Mas enfim, minha mãe me disse que com a mudança de visual teria que me tornar mais feminina, ter mais atitude. O que ela queria com isso? Sei lá, talvez me transformar em alguma bonequinha ou alguma coisa assim. Cara, eu não vou virar uma bonequinha, mas com certeza eu quero explorar mais minha feminilidade (o que já tenho feito há um bom tempo). Quanto à questão de ter mais atitude, ainda continuo sendo a mesma ameba de sempre fazendo as mesmas coisas de sempre. Quero dizer, não que eu seja ameba ... Sou uma pessoa legal até, mas sou tão legal que as pessoas abusam e sem contar que ainda me falta um pouco de coragem. Cantar na frente de um público, falar e fazer gracinhas na frente de todo o ensino médio,   dançar macarena em público, esses méritos já consegui por ter tido algum coragem. Quero me arriscar a dar mais a cara à tapa, não ter medo de ser feliz, expor o que penso e o que eu sinto.
    Por isso, este post é um ultimato para eu mudar de posição, arriscar e mostrar o que tenho a oferecer. Se não fizer isso, já tá de bom tamanho ser assim como eu sou.
    Bem, pensei nisto, nas minhas aulas que começam daqui a dois dias, fiquei lendo umas revistas que comprei numa banca (me poupe de revistas femininas açucaradas, é TPM e SUPERINTERESSANTE), fiquei ouvindo a exaustão o playlist do meu celular, vi uns filmes no netbook e fiz 3 poemas. Isso mesmo, 3 poemas e tudo num final de tarde só. Poemas estes que colocarei aqui dia desses.
    Resumindo tudo, estes dias sozinha na barraca foi mais um periodo sabático selvagem. "Sabático" pra refletir sobre mim mesma e o que acontecia em minha vida "selvagem" porque bem, um camping pode ser calmo e tranquilo, mas ainda há uma porção selvagem a contar pela mata, bichinhos chatos e pelo temporal que me fez sair da barraca e me encharcar toda pra proteger minha moradia armada com lona em volta. E eras isso.